Nos tempos que as vacas gordas pastavam na grama lá de casa, há umas duas décadas, minha mãe contava com a ajuda semanal de uma faxineira, dona Neusa, acho que era esse o nome dela. Na época não dava a menor atenção pra isso, afinal meu dia se dividia entre brincar pelo condomínio e ir pra escolinha.
Na nossa casa em Palhoça, por mais que nutrisse a esperança de ter alguém pra fazer uma boa faxina em casa uma vez por semana, não deu tempo de contar com uma profissional da limpeza. Aqui em Bogotá temos a dona Benita, que foi quem nos recebeu no ap. Ela veio praticamente no pacote, alugamos um ap e “ganhamos” uma limpeza semanal. Como ela já trabalha aqui há uns oito anos, nada mais justo do que continuar com os serviços dela, mas só porque não é caro... R$ 30 por dia, uma vez por semana.
Ontem foi o primeiro dia da dona Benita com os novos moradores. Ela estava acostumada a não ter ninguém em casa enquanto trabalha, eu acostumada a fazer as coisas do dia a dia. Ela chegou às 9h e começou pela cozinha a rotina de organizar e limpar, uma hora me perguntou se tinha roupa para lavar, disse que podia separar o que eu quisesse que ela lavaria a mão. Disse pra ela que lavo tudo na máquina mesmo. Comecei a colocar as roupas na máquina e vi que ela não estava muito confortável. Foi quando o Isac me chamou e disse: “Deixa ela fazer tudo, senão ela vai ficar perdida”.
OK!! Não precisa pedir duas vezes. Peguei o livro que estou lendo e fui pro quarto, era o legítimo dia de madame. Ao meio-dia o almoço estava pronto, a mesa carinhosamente arrumada e a comida uma delícia! Pouco depois do almoço ela nos serviu um café e eu comecei a gostar da mordomia, hehehe.
Depois do café voltei pro livro, e pra cama... Perto das 15h, hora combinada pra ela ir embora, conversamos um pouco, mostrei uma foto que está no porta-retratos, disse pra ela que no Brasil moramos numa cidade de praia, ela disse que não conhece o mar. Acho que é a primeira vez que conheço alguém que nunca molhou os pés na água salgada do oceano...
Ela foi embora e nós saímos. O Isac foi conversar com os advogados que representam a Nexxera na Colômbia. Eu fui junto para aproveitar o passeio. Depois da reunião caminhamos até o “Parque da 93”, onde fica o hotel que ele esteve hospedado em setembro. Entramos no café Oma, foi só sentarmos que desabou um “aguacero”. Tomamos um capuccino com arequipe (doce de leite, isso foi a primeira coisa que aprendi!!!) comemos um croissant e passamos 1h e pouco usando a internet deles no celular. Consegui ler meus emails, atualizar a vida no twitter e ficar feliz.
Parque da 93, foto do Isac, qdo ele veio em setembro |
A chuva deu uma trégua e saímos em busca de um táxi. 18h30, hora do trancón, sem chance. O jeito foi embarcar numa buseta pra chegar em casa. O ônibus era um dos mais novos, quando subimos já percebi que seria um trajeto interessante... O motorista tinha um palito de dente no canto da boca, no maior estilo “cabrón”, e a trilha sonora lembrava uma balada, alta e animadinha... Lá pelas tantas o clima mudou e a música que começou a tocar foi dos Bee Gees. Do clima romântico passamos para You are the Champions, do Queen, no mínimo, inusitado o estilo musical eclético do motora.
Frame do vídeo que fiz dentro da buseta |
Depois de andar umas trinta ruas no ônibus musical descemos quatro quadras abaixo do nosso ap. No caminho para casa alguns bares estavam abertos, em um deles havia uma TV que estava passando um jogo que era Goiás X Avaí. Mostrei pro Isac animadíssima e entramos para assistir a partida. Tinha uma TV na rua e uma dentro do bar, preferimos entrar.
Crab’s é o nome do primeiro bar que entramos em Bogotá. Apesar da música alta, não era das piores, tocou até U2. Ficamos num lugar legal, com uns sofás e uma luz mais baixa. O espaço é mais apropriado pra namorar, mas nosso interesse estava na televisão. O cardápio não era muito atrativo, achei um pouco caro. A Heineken custa R$ 7,50, dei mais uma olhada e vi a opção de um brownie com sorvete por R$ 5. Achei ótimo, até preferia a cerveja, mas doce eu comeria só um...
Brownie con helado |
E, pra elevar o conceito do bar, eles também oferecem internet. O celular já estava gritando por bateria, mas deu tempo de tuitar mais algumas coisas.
Assistimos o Avaí empatar e voltamos pra casa. O que era pra ser uma saída rápida se tornou uma das mais inusitadas até agora, e eu adoro as coisas inusitadas!
Um comentário:
nossa realmente inusitado esse dia, muitas descobertas boas, tv pra ver o jogo ainda melhor, pena empatou neh?
o triste eh se acostumar com essa vida de madame neh??? pergunta pra ela se ela nao quer vir passar uns dias no Brasil eu iria a visita dela uma vez por semana. hehe ai ela ja aproveita e conhece o litoral eu levo ela na praia e tudo.... uahauhauhuah.
saudades enormes. te amo
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