quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Mais sobre Bogotá

No dia do blog (que descobri no Querido Leitor da Rosana Hermann, leitura obrigatória todos os dias) venho contar que fui convidada para ser colaborado de um blog coletivo, de brasileiros que moram nos mais diversos países do mundo. O Brasil com Z, e tem em sua maioria blogueiros que moram na Europa. 

O convite foi feito pela Glenda Di Muro, administradora do blog, em um comentário no post de segunda-feira e eu entrei em contato para saber mais detalhes.


Minha participação vai ser com textos sobre Bogotá, já que serei a primeira a escrever da Colômbia. A temática é semelhante a do meu blog, dar dicas, contar como é a vida por aqui, mas de uma maneira mais abrangente, não tão pessoal eu diria.

Posso traduzir minha felicidade com esse convite dizendo que para mim é um reconhecimento do meu trabalho em escrever o Brasileiros em Bogotá. Essa felicidade cresce cada vez que alguém que não conheço me diz que leu o blog, que gostou das dicas, que segue e gosta do que eu faço. E é a melhor parte é justamente essa de ajudar quem vem para essa capital sem saber muita coisa. A proposta do blog nasceu da minha necessidade de encontrar coisas básicas sobre Bogotá, e posso ver que tem cumprido muito bem seu papel.

Agradeço todos que entram com frequência, acompanham as histórias do dia a dia e também aqueles que entraram, encontraram o que buscavam e não voltaram mais, de todas as maneiras entendo o blog como útil. Assim que meu primeiro post for publicado no Brasil com Z venho contar, dessa maneira quem gosta de "me ler" vai ter mais um espaço para visitar.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Cardápio verde e amarelo

Brasileiros, em qualquer lugar do mundo, saem do país e sentem falta de arroz, feijão, farofa, coxinha, pastel, brigadeiro, guaraná, tudo aquilo que tem gosto de Brasil. Para nossa sorte alguns emigrantes, usando todo seu lado empreendedor, percebem a necessidade de lugares com jeito brazuca e abrem restaurantes e lojas com produtos feitos no Brasil.


Em Bogotá o lugar verde e amarelo é o Restaurante - Boteco Alô Brasil, que fica na Cra 4A # 26B-88, bairro La Macarena. O prato principal é a feijoada, servida individualmente, e pode ser acompanhada de caipirinha, feita com cachaça 51, ou com um grande copo de guaraná. Quem não gosta de feijoada pode pedir moqueca de peixe com camarão ou um escondidinho, e tudo isso depois de comer algumas coxinhas de entrada.


O Angelo, proprietário do restaurante, é quem cuida da cozinha de perto, garantindo o sabor que a gente espera para matar as saudades da comidinha de casa. Nas quintas e sextas-feiras à noite, e aos sábados meio-dia, os clientes podem ouvir músicas brasileiras ao-vivo. Recentemente eles passaram a atender também aos domingos para o almoço.

Grupo que esteve ontem no Alô Brasil para almoçar

Além da comida, que é ótima, o ambiente é aconchegante e literalmente fala a nossa língua. Como a comunidade de brasileiros está grande em Bogotá, para garantir seu lugar em um dia especial ligue e faça uma reserva, o telefone é 337 6015.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Buseta - O transporte da discórdia

As busetas já foram assunto por aqui, mas voltaram a ser pauta. O trânsito caótico de Bogotá tem milhares de carros e táxis e centenas de busetas, os ônibus que circulam pelas calles e carreiras da cidade. Têm busetas de todos os tipos: velhas e grandes, novas e pequenas, novas e grandes... A trilha sonora dentro delas varia entre reggaeton e vallenato (geralmente em alto volume) e invariavelmente os motoristas desses ônibus acham que estão pilotando motos porque eles trocam de pista e se jogam em cima dos carros sem nenhuma cerimônia. 

Modelo não tão velho, mais comum nas ruas

Eu, como passageira diária, desço do ônibus muitas vezes com vontade de botar todo almoço para fora, é bastante desagradável andar aos solavancos, só que o transporte é barato e eficiente. Ao preço de $1.400 (os veículos mais velhos são mais baratos $1.300) eu subo numa buseta praticamente em frente de casa e desço em frente ao trabalho. 

O duelo carro x ônibus se dá pelo fato de os motoristas das busetas não obedecerem os pontos de parada, e com isso atravessam na frente dos veículos menores sem pensar. Para quem anda de ônibus é uma facilidade não ter que andar até um ponto, ou descer em um e caminhar até seu destino final, mas isso implica em apertar o sinal e as vezes ter que descer entre os carros, o que é bem comum quando são três pistas e o ônibus está na do meio, o motorista abre a porta e é ali mesmo que o cidadão deve descer, correndo o risco de querer um lugar mais adequado e parar muito depois caso o motorista fique brabo.

Veículo mais novo, uma assim que geralmente pego todos dias

Como esse tipo de transporte parace não obedecer nenhum tipo de regra, nem as do bom senso, quando o ônibus está muito cheio é comum o motorista abrir a porta de trás do veículo para o passageiro entrar, sem precisar passar pela roleta. Mais uma vez minha observação me leva a pensar o quão civilizado é o povo daqui... O sujeito entra pela porta de trás e para paga a passagem manda o dinheiro de mão em mão até chegar no motorista. Isso mesmo! A pessoa estende a mão com a nota, ou as moedas, e cada um vai passando o dinheiro para frente. Acho isso fantástico! 

Essa é antigona! Deve ser herança de família...
Numa dessas que voltei para casa hoje

Semana passada eu fui uma dessas que fez a grana chegar ao motorista, fui na realidade a primeira da fila. Uma senhora entrou no ônibus e tocou no meu ombro, com a mão cheia de moedas. Por alguns segundos fiquei pensando o que ela queria com aquilo... minha sorte é que penso rápido e logo entendi que era para passar para o próximo. Depois dessa vez aconteceram mais duas, isso vai me surpreender para o resto da vida eu acho.

Hoje, sexta-feira, voltando para casa em uma buseta bastante velha e lotada vi acontecer quatro vezes. Eu estava sentada, não participei da romaria das moedinhas, mas me inspirei para escrever e contar mais essa particularidade do povo bogotano e aproveitei para fotografar algumas busetas enquanto caminhava para casa e assim ilustrar o post.

Então, se você for se arriscar em uma buseta e alguém te estender a mão com dinheiro não cometa a gafe de guardar no bolso viu?!

Essa já não é uma buseta, é um ônibus grande, e está cheio!
Eles começaram a circular na cidade faz pouco tempo

A busca por uma melhor mobilidade é um dos desafios do governo da cidade. Fala-se em substituir as busetas por ônibus maiores, que vão poluir menos e serão mais organizados. Alguns já estão circulando, mas como as busetas incomodam os motoristas dos carros e não população que as utiliza, talvez demore um tempo para elas desaparecem de Bogotá. Dado o recado, bom final de semana para todos!

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Tienda brazuca

Quem gosta de utensílios de casa e cozinha conhece a qualidade e a tradição dos produtos da Tramontina. No Brasil as linhas dessa marca são geralmente as mais bonitas. Hoje tivemos o prazer de conhecer a Brasilinox, loja da Tramontina em Bogotá, que é de um brasileiro.

No começo da semana recebi um email do Silvio, dizendo que a esposa dele, que é colombiana, encontrou meu blog e que para ele foi a chance de conhecer outros brasileiros. Ele contou que abriu a loja no ano passado e nos convidou para ir até lá.
 

Aproveitamos que a loja fica na Calle 93 # 13-28 Local 1, pertinho de onde trabalho, e fomos conversar com o Silvio. Morando aqui há quase um ano ele disse que não conhece muitos conterrâneos e que sente falta da convivência, principalmente de falar português. Tranquilizei o Silvio dizendo que essa fase acabou, agora ele é mais um integrante da família de brasileiros de Bogotá.
Aproveito para dizer que o post não foi patrocinado, escrevo falando da loja pela vontade de partilhar uma descoberta na cidade. Então quem gosta da marca e quiser comprar alguma coisa está convidado pelo Silvio a conhecer a Brasilinox. 

  

Qual é a boa 2

Já está publicada a segunda coluna "Qual é a Boa" no blog do Aquarela. Essa semana as dicas são de exposições de artistas internacionais, mais fotografia e rumbas. Tudo pra tornar o final de semana mais divertido.


Quero aproveitar para me desculpar pela ausência do blog, as coisas andam corridas, mas assim que é bom! Aproveito também para desejar as boas vindas para quem está chegando em Bogotá, organizando a vinda ou conhecendo os brasileiros que já moram aqui. Bogotá tem muito para oferecer, aproveitem!

sábado, 20 de agosto de 2011

Ganhar é muito bom!

A Seleção Brasileira chegou à final do Mundial Sub20, todos brasileiros gostariam de ir ao estádio para torcer e acompanhar o jogo, mas com os ingressos sendo vendidos por cambistas por até $ 300.000 não tivemos outra possibilidade senão assistir a partida em um bar.

Aproveitamos para ir conhecer o Hard Rock Café que em parceria com a Directv transmitiu todos os jogos do campeonato. Como em outros eventos convocamos os amigos e nos encontramos vestindo a camisa da Seleção, com bandeira e cachecol, cada um com sua representação do Brasil.



Com o primeiro gol, no início do jogo, ficamos muito confiantes. A torcida e o sofrimento foram grandes. O telão estava no palco do Hard Rock, que fica em um degrau acima do resto do ambiente, ficamos bem em frente num ponto onde todos podiam nos ver, mas nem era preciso, mesmo com o bar cheio ninguém chamava mais atenção do que a torcida tupiniquim.




Jogo correndo, a gente xingando, gritando, comemorando e sofrendo. Quando todos já estavam preparando o espírito para disputa de pênaltis veio o terceiro gol do Brasil e a comemoração já pela vitória. Depois foi só esperar o fim do jogo e gritar PENTACAMPEÃO!!!!! 


Indiferente de ser Seleção principal, ou sub-20, o orgulho é o mesmo. A sensação de vitória extremamente comemorada, o peso da camisa brasileira igual e o sentimento de que os meninos honraram nossa tradição. Com toda nossa euforia os colombianos foram chegando mais perto, fazendo vídeos, pedindo fotos viramos atração depois do jogo. 

Logo outros brasileiros (mais contidos que a gente) também chegaram pedindo a bandeira emprestada para tirar fotos, quando ouvi que estavam falando português já comecei a conversar. O Ricardo e a esposa Juliana estão morando em Bogotá há duas semanas, ela e a amiga Tatiana disseram que já leram o blog, fiquei muito feliz, afinal faço o blog para ser realmente uma ferramenta de apresentação da cidade. A Juliana me achou no facebook encontrei a nossa foto e já fui pegando hehehe.

Galera que se juntou no final do jogo

Queria muito ter ido ao El Campin, mas com o abuso dos preços (infelizmente normal em final de campeonato) nossa escolha foi bem feita, torcer com os amigos e comemorar bastante. BRASIL IL IL!!!

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Estreia como colunista

Hoje foi dia de iniciar minha colaboração do blog do Grupo Aquarela. Semanalmente vou escrever uma agenda cultural com dicas sobre exposições, teatro, cinema e cursos que serão realizados em Bogotá.

Fiquei bastante feliz com o convite e vai ser um prazer ter esse compromisso, já que gosto muito de escrever e de blog.


O nome da coluna é "Qual é a Boa?", vai ser publicada todas as quintas-feiras e a de hoje pode ser lida clicando aqui.

O dia também foi de conhecer a Dea, brasileira que chegou em Bogotá no domingo. Tomamos um café, e lógico, tagarelamos muito. Ela também tem blog, sobre lindos scrapbooks que faz, vale a pena conferir. Bem vinda Dea, Bogotá tem muita coisa boa para conhecer e, com certeza, com a companhia de muitas novas amigas.

Café no Juan Valdez, melhor maneira de recepcionar alguém

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Aproveitando o festivo no parque

Hoje, adivinhem, é festivo na Colômbia, "La Asunción de la Virgen María"!!! Adoro esse país que tem mais feriados que no Brasil. Aqui só não tem feriado em fevereiro e em setembro, nos outros meses têm, as vezes dois ou três por mês.

Nada melhor do que aproveitar a cidade e curtir o dia de descanso. O programa de hoje foi um pic nic (que eu lembre o primeiro que fiz na vida) no Parque Chicó. Brasileiros reunidos, comida boa, criançada, dia um pouco nublado, mas o sol apareceu um pouquinho, foi excelente!

Sanduíches, suco de morango, tortas de frango e legumes,
bolo de cenoura, brigadeiro, quindim, cajuzinho...
o cardápio foi farto!

A cidade de Bogotá, que esse ano completou 473 anos, era dividida em várias fazendas. Os nomes dessas propriedades são os nomes dos bairros atualmente. O nome do proprietário da finca que dá nome ao Parque e ao bairro, era Chicó. Localizada entre as carreiras 7ª e 9ª, na calle 93, fica a casa que hoje abriga um museo e um espaço para eventos. O parque é cercado, ali é possível perceber essa parte histórica da cidade, que com o passar dos anos transformou as fincas em área urbana. É possível alugar parte do espaço para festas particulares, por ali também são realizados encontros e feiras.

Lugar ideal para crianças, muitas opções de brinquedos

Hoje, dividindo o gramado com diversas famílias, estava sendo realizado um casamento. É muito interessante acompanhar um evento tão íntimo em um parque público, e a civilidade das pessoas que não tentam atrapalhar. A brasileirada reunida já tava pensando em um jeito de entrar de penetra na festa hahahaha, tudo brincadeira, CLARO!

Para nós, criados perto da praia, viver em uma cidade com tantos parques é ter uma relação diferente com os espaços ao ar livre. Nossos finais de semana eram com areia no pé. Aqui em dias sem chuva a melhor opção são esses parques, e mesmo sentindo muita falta de ver o mar todos os dias, estou gostando bastante dessa nova forma de lazer. 


Agora aproveitar o sofá para dar aquela dormidinha amiga e se preparar para mais uma boa semana.

domingo, 14 de agosto de 2011

Os dois tempos de Colômbia e México

Confirmando as expectativas Colômbia e México se enfrentaram em um dos jogos das quartas-de-final do Mundial Sub20. Fomos ao El Campin, torcer pela seleção anfitriã do evento e curtir mais um jogo no estádio. Chegamos a poucos minutos de começar o jogo, desta vez ficamos no lado oposto das arquibancadas, assistindo o jogo por um ângulo diferente.


Estádio cheio novamente, torcida animada e as vuvuzelas fazendo barulho insessantemente. Dessa vez levei uns pedacinhos de algodão para tentar proteger, pelo menos um pouco, nossos tímpanos. 

O primeiro tempo foi bom, mas a Colômbia perdeu muitos gols. Vimos o estádio ficar calado com o primeiro gol do México. No segundo tempo a festa com o empate da Colômbia, e menos de 10 minutos depois a tristeza com o segundo gol dos mexicanos. A torcida até tentou animar a seleção da casa, mas não teve vuvuzaela que desse jeito, com o terceiro gol dos adversários, quase no final do jogo, nós e muitos outros levantamos e fomos embora. Eu não queria ficar lá para ver ninguém chorando...

Uma boa foto, daquelas que traduzem tudo, é essa do fotógrafo Luis Ángel, do jornal El Espectador, que veio acompanhada da manchete: Colombia, eliminada de 'su' Mundial.

Luis Ángel - Elespectador.com

Outra manchete de hoje, essa do jornal El Tiempo foi: 'Nos cobraron los errores', dijeron los jugadores de Colombia.

Do estádio viemos rapidinho em casa trocar de roupa e sair para encontrar a Channa e o Anderson, a Paula e o Fabiano, que foram jantar na Zona T e esperam por nós para aproveitarmos a noite de sábado. A princípio o encontro seria em um dos tantos bares que tem por lá, mas eles foram para o Andrés D.C., como não conhecíamos ainda foi uma ótima oportunidade de matar a curiosidade.

E no Andrés foi o segundo tempo de Colômbia x México. Várias pessoas com a camisa dos dois times, bandeiras, alguns com o rosto ainda pintado, com certeza foram direto do estádio para o bar. O Anderson, o relações públicas do nosso grupo foi conversando com quem passava, era um brasileiro, vestindo a jaqueta da Colômbia, conversando com os mexicanos e colombianos. Foi um verdadeiro intercâmbio cultural.

Mexicano vestindo a jaqueta da Colômbia

E assim dançando, bebendo umas cervejas e conversando conhecemos o famoso Andrés D.C.. Aproveitamos para pedir música brasileira também. O DJ tocou "Tic Tic Tac", aquela que diz "Bate Forte o Tambor" da banda Carrapicho. E a galera adora! Pelo jeito sempre toca por aqui. Depois ele tocou uma música com uma batida de samba, daqueles de desfile mesmo, muito bom! A trilha da noite toda é basicamente salsa e vallenato, vocês sabem, não faz muito meu estilo, mas é tudo festa, aí a gente se diverte de qualquer jeito.

Channa, Ana e Paula

E o que define o Andrés está nessa placa, foto que o Isac fez:

Bom, Bonito e Carinho

É exatamente isso, fazendo uma rápida análise do cardápio descobri que os drinks custam em média $35.000, mas a Channa disse que é quase um balde, o suficiente para beber a noite toda. Ainda bem que eu prefiro cerveja, que custa $10.000... Ah, tem ainda os $20.000 que paga para entrar. Mas vale a pena porque é diferente de todos outros bares, é único. Agora conhecemos os dois Andrés!!

sábado, 13 de agosto de 2011

Finalmente deixei de ser turista

Você já deve ter ouvido a expressão "Aos 45 do 2º tempo", para o relato de hoje vou adaptar para "Aos 15min do 2º tempo da prorrogação", já que minha situação era decisiva, como de final de campeonato. Estava vivendo na Colômbia como turista desde que entramos no país em maio. Para conseguir meu Visto de Beneficiária, que as esposas de quem tem o visto de Trabalho Temporário têm direito, precisava apresentar nossa certidão de casamento traduzida por um profissional juramentado, e com um selo do Consulado da Colômbia.

Todo o processo de pegar uma nova certidão no cartório, porque as certidões não podem ter mais de três meses desde a data de expedição, mandar traduzir, enviar para São Paulo e esperar ser liberada pelo Consulado, aguardar o prazo de entrega dos Correios e da empresa de correspondências de Bogotá, levou quase três meses. Minha permanência no país, como turista, era válida até o dia 13 de agosto, sábado. Com o vencimento dessa permissão duas coisas podem ser feitas: sair do país e retornar em outra data, ou pedir uma prórroga e ficar mais quanto tempo o departamento permitir. 

Com a demora do nosso documento, achamos que a solução seria pedir a prórroga, e quando a certidão chegasse dar entrada no pedido de visto. Faríamos isso na sexta-feira dia 12, no último dia para isso. Quinta-feira à tarde, quando cheguei do trabalho o tão aguardado envelope estava na portaria. Foi um alívio, afinal finalmente daria entrada na minha documentação, e seria um gasto a menos, já que tem que pagar para cada processo solicitado.

Reunimos a documentação e sexta-feira cedinho, antes das 8h da madrugada, fomos ao Ministerio de Relaciones Exteriores para pedir o bendito visto. O atendimento demora, já que todas questões de estranjeiros são resolvidas nesse departamento. Tem gente de todos os lugares com seus passaportes das mais diversas cores. 

Na entrada do setor, informando que queremos solicitar o visto, pagamos US$ 50,00 (que é o valor base para todos os pedidos, referente ao visto de estudante). Depois o atendimento é feito por um funcionário que confere a documentação, entrega o boleto para ser pago pelo trâmite (no nosso caso mais US$ 205,00 que é o mesmo valor do visto de trabalho) e para nossa agradável surpresa o visto é liberado na hora. O passaporte é devolvido com o visto colado e uma sensação de alívio toma conta da gente. 


O visto de beneficiária é um direto de quem vem acompanhar o marido, mas mesmo assim causa um certo incômodo essa situação de depender de uma autorização para continuar morando no país. Esse tipo de visto é chamado de Hogar/Estudiante, o que me permite ser "do lar" e "estudante", nada mais. 

Com o passaporte devidamente legalizado fomos ao Departamento Administrativo de Seguridad (DAS) para solicitar a Cédula de Extranjería, documento de identidade colombiano. Esse é outro lugar onde os estrangeiros se encontram, dá para conhecer o mundo todo se parar para conversar com cada um que passa por lá.

No DAS mais uma conferência de documentos, são fotos, comprovantes de pagamento, exame de sangue para saber o fator e o tipo sanguíneo e um formulário que pergunta, entre os dados habituais como nome, endereço e telefone, a religião, cor dos cabelos e dos olhos, estatura, forma física e marcas pessoais, pode-se dizer que é bastante completo.

O exame de sangue foi uma parte divertida da história. O laboratório, indicado pelo DAS, fica a uma quadra de distância, em um prédio residencial sem nenhuma placa, me senti entrando em uma clínica clandestina de aborto (eu e minhas ideias...). O atendimento é feito por duas senhoras muito engraçadas, que adoram conversar. Parecia um quadro de humor de um programa qualquer de televisão. Em 10 minutos o teste ficou pronto, se interessar possa sou O+.
A parte chata do DAS é que a pessoa que vai pedir o documento tem que entrar sozinha, acho que é porque o lugar já é pequeno, se cada um levar um amiguinho vai ficar impraticável. O Isac ficou um pouquinho na rua e depois, percebendo que ia demorar, disse para ele voltar para casa, já que era quase 13h e ele precisava trabalhar.

Depois de entregar os documentos fui chamada para tirar uma foto e fazer o registro das impressões digitais (dos dez dedos digitalmente e do indicador da mão direita na boa e velha tinta preta). Depois volta para a sala de espera e, imaginem, espera... Quase uma hora depois fui chamada novamente para pegar meu passaporte com um carimbo, já com o número da minha cédula, e com o aviso de que em 15 dias úteis posso voltar para buscar o tão aguardado documento.

Esse é o processo que todo estrangeiro deve cumprir, para morar legalmente no país. A vantagem é que em um dia foi tudo resolvido. Quem vem para trabalhar, e já ganha o visto no país de origem, caso do Isac, não precisa ir ao Ministerio, mas não escapa do DAS. Um pouquinho de paciência e boa vontade faz muito bem nessa hora, e facilita tudo.

Boa sorte para quem for encarar a missão de conseguir um documento colombiano.

domingo, 7 de agosto de 2011

"Vamos por Colombia"

Dia 29 de julho teve início a Copa do Mundo Sub-20, que este ano está sendo realizada na Colômbia. Bogotá e outras cidades sedes enfeitaram as ruas, centros comerciais e lojas com as bandeiras dos países participantes e com bolas de futebol. Na capital tem também os telões em parques e praças, convidando o público para assistir aos jogos ao ar livre.

Os ingressos para as partidas foram vendidos pela internet. Desde o começo da comercialização no site Tuboleta ficamos procurando a melhor opção e o Isac conseguiu comprar os nossos dia 15 de maio, no aeroporto enquanto aguardávamos para embarcar de volta para Bogotá.


Sexta-feira foi a nossa vez de participar do Mundial e usar o primeiro par de ingressos, fomos assistir Uruguai x Camarões e depois Colômbia x Coreia do Sul. Um ingresso dava direito a assistir as duas partidas no estádio El Campin. Como era jogo da Seleção local, e o time está fazendo uma ótima campanha, a movimentação era grande desde cedo ao redor do estádio.


Fomos de ônibus, o El Campin fica relativamente próximo de onde moramos. Chegamos pouco antes das 17h, ainda a tempo de assistir o começo do primeiro jogo, que teve o placar de Camarões 1 x 0 Uruguai. Para chegar às nossas cadeiras passamos por três revistas feitas por policiais com detectores manuais de metal e revista na bolsa e corpo. Depois é entrar no estádio e curtir o futebol!


Sentamos no setor mais alto das arquibancadas, achei o estádio muito legal. No primeiro jogo não estava muito cheio, mas perto das 20h lotou, para o jogo da Colômbia. 


A torcida é animada, participamos de várias "olas" durante os jogos, muito legal. A parte realmente chata são as cornetas, barulhetas, chatas, incomodam bastantes. Lembro que durante a Copa do Mundo na África ano passado quem estava nos estádios reclamava bastante do barulho das vuvuzelas. O som constante e muito alto incomoda, eles poderiam usar instrumentos de percusão como as torcidas usam no Brasil, além de animar ainda fariam uma musiquinha.

Fiz um vídeo com a nossa visão da ola:

Público presente 35.745. BEM cheio

Achei que seria muito cansativo assistir dois jogos, ainda mais de times para os quais não torço, mas foi muito bom! Nos dois jogos foram dois gols, Colômbia ganhou da Coreia do Sul e comemoramos o gol junto com a maioria esmagadora que estava nas arquibancadas. Os torcedores do time oriental estavam em um pequeno número, mas presentes.

No próximo sábado vamos voltar para assistir as quartas-de-final. Vamos saber quais times vão jogar na quarta-feira, depois dos jogos entre Colômbia x Costa Rica e Camarões x México, das oitvadas-de-final. O especialista aqui de casa acredita que vamos ver Colômbia x México em nossa próxima visita ao El Campin, vamos aguardar.



Certeza de quem vai jogar ainda não tenho, mas que a touquinha vai de novo para o campo, porque o frio, sem dúvida, vai estar lá também.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Busca por crescimento econômico

O post de hoje vai ser no maior estilo Profissão Repórter, os bastidores da notícia. A Leandra Felipe, que também é jornalista e tem o blog Comboio do Norte, é muito ligada no que acontece na cidade. É correspondente da BBC Brasil aqui em Bogotá e está sempre um busca de pauta. Eu, acomodada, acabo ficando por fora do que acontece por aqui. Pois bem, há duas semanas a Le me falou sobre o 1ER Foro de Inversión Colombia Brasil (1º Fórum de Investimentos Colômbia-Brasil), promovido pelo BID. Um evento para reunir empresários e políticos dos dois países afim de iniciar uma parceria de desenvolvimento para ambos.

O ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, ao lado do presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos Calderón, e do presidente do BID, Luis Alberto Moreno Mejía, abririam o fórum. Achei a ideia de participar muito interessante, não só para ver pessoalmente o Lula, que nunca tinha visto no Brasil, mas para registrar um encontro tão importante. Entrei em contato com o assessor de imprensa, fiz meu cadastramento e aguardei ansiosa pelo dia, no caso, hoje. 

O Club El Nogal foi o local escolhido para realização do evento, para minha sorte bem pertinho de onde moramos. Acordei cedinho e fui para o fórum. Quando estava na fila para identificação, fui abordada por uma funcionária do local me informando que não poderia ter acesso ao salão porque estava usando calça jeans e tênis. Pronto, caiu a casa. A pessoa aqui (que quando saia pra pauta era pra fazer matéria de buraco de rua e jogo de futebol amador) muito desligada nem pensou em colocar uma roupa formal, achou que seu all star não iria incomodar ninguém. Com a impossiblidade de entrar sentei no sofá do hall e fiquei pensando: "Voltar em casa e tentar outra roupa? Sapato não é problema, mas não tenho calça que não seja jeans... Ir até lá, voltar e arriscar não entrar de novo? Mas quero tanto ver o Lula, participar do evento... Oh céus, o que fazer"

Pensei que iria me arrepender muito se não tentasse voltar. Em casa contei com a assessoria do meu marido (muito melhor que eu para assuntos de formalidade) peguei a calça jeans mais escura que tenho, com menos cara de jeans, coloquei uma blusa que não tem cara de camiseta, deixei meu amigo all star no armário e troquei por um oxford. Me olhei no espelho, definitivamente não faria aquela combinação em outro momento, mas era uma emergência.


Corri de volta para o El Nogal e desta vez, praticamente me escondendo com medo de ser barrada novamente, fui aceita. Na fila do elevador ouvi vários brasileiros, diversos sotaques, é sempre interessante observar como os brasileiros se comportam fora do país. Não vou dizer que substimei o evento, mas fiquei admirada com a quantidade de figuras importantes dos dois países. Na realidade fui muito ingênua e desprepadara, mas superei isso. Cheguei ao salão principal e procurei o local para o credenciamento. Eram filas enormes, mas uma delas parecia menor, entrei nela. Era o lugar certo. Em um computador digitei o número do meu documento e minha credencial foi impressa (achei muito legal, e realmente percebi o que é estar em um evento na capital de um país).

Máquina para credenciamento

Crachá com meu nominho

Depois fui procurar a Leandra e a Beatriz (minha chefe) que estavam sentadas em um lugar reservado. Ficamos a cinco fileiras do palco, pertinho das autoridades presentes. Pouco depois das 9h começou oficialmente o encontro. A delegação do Brasil entrou no auditório composta pelo ex-presidente e os governadores Eduardo Campos (Pernambuco), Geraldo Alckmin (São Paulo) e Sérgio Cabral (Rio de Janeiro), além do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. Depois de cada um ocupar seu lugar foram executados os hinos da Colômbia e do Brasil. Fiquei emocionada ao cantar o Hino Nacional, esses símbolos têm mais força quando estamos fora do país. 


E depois dos hinos começaram as apresentações de abertura com Juan Manuel, que iniciou dizendo que quando crescer quer ser igual o Lula, terminar seu mandato com 80% de aprovação popular e dimunuir a pobreza.

Depois foi a vez do Moreno, que disse em seu discurso que mais do que uma fronteira, o que separa os dois países é um muro. Ele arriscou algumas palavras em português e ganhou a simpatia do público. No final falou sobre futebol, citou o Corinthians (fiquei com vontade de gritar AVAÊ!!) e presenteou o Lula com uma camisa da Seleção da Colômbia. 


Finalmente a vez do Lula. Sempre soube que ele é possuidor de muito carisma, hoje pude confirmar isso vendo ele pessoalmente. A fala dele foi praticamente um stand up, em várias ocasiões o auditório deu muita risada. Ele já começou dizendo que não ia usar o discurso escrito porque queria olhar para todos que estavam sentados, para que ninguém ficasse tuitando enquanto ele falava. Nos quase 40 minutos de discurso ele enfatizou que o governo deve incentivar o crédito para as classes de menor poder aquisitivo "o negócio é emprestar dinheiro para pobre, porque pobre paga", disse ele. O ex-presidente não deixou de citar a crise dos EUA e da Europa "os que são conhecidos como pobres agora viraram consumidores para resolver os problemas dos ricos". Entre as frases engraçadas e conselhos, sem dúvida ele agradou.


Os painéis apresentados pelos empresários e especialistas seguiram pelo dia todo, mas eu não acompanhei, fui lá para ver o Lula mesmo. Ainda bem que voltei e participei deste momento tão importante para essa relação bilateral.


terça-feira, 2 de agosto de 2011

Três de uma só vez

Todos os desejos de uma semana melhor resultaram em um bom começo de mês. O problema do computador foi resolvido e do celular também (que nem cheguei a comentar mas era o que realmente estava me incomondando).

Chegando em casa ontem, depois de voltar do Unilago (centro comercial especializado em artigos de informática e eletrônicos onde resolvemos os problemas), tinha correspondência do Brasil!!! E já contei que surpresas assim me deixam muito feliz!

Dessa vez os selos que me fizeram sorrir estavam em cartões postais que a Dinha mandou. Ela comprou ano passado quando passou pelo Rio de Janeiro durante a viagem de lua de mel. 


Foram três cartões, dois do Rio e um de Floripa. Ela postou no dia 24 de junho, mesmo com uma etiqueta de "prioritário" eles ficaram viajando entre Floripa e Bogotá por 38 dias, mas finalmente chegaram.

Mapa da Ilha

Cristo, uma das sete novas maravilhas do mundo

Esse é L-I-N-D-O!

Um dos cartões é uma novidade para mim, Rio de Janeiro 360º. Ao abrir ele traz uma imagem panorâmica da capital carioca.



Dinha, obrigada amor! Ficarão aqui junto das fotos, para lembrar todo dia como é bom ter amigos!